quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Bom Ano Novo

2009 será o ano do adeus a Maria de Lurdes Rodrigues e da sua equipa sinistra, e também o primeiro ano de Barack Obama, pelo que algo de bom terá. Infelizmente, as probabilidades de ser, também, o ano da despedida de José Sócrates são remotas. Além do mais, as alternativas de poder não se adivinham esperançosas, com o desnorte que se vislumbra no PSD, à procura de um espaço e identidade próprios, usurpados que foram pelo PS. Mesmo a hipótese mais plausível, a saber, que Sócrates ganhe as eleições legislativas sem maioria absoluta, não se irá traduzir, muito provavelmente, numa mudança substancial de política, já que o PS não irá ter pejo em se aliar à direita, como já fez no passado, espaço político com que se identificam todas as medidas de orientação neoliberal tomadas pelo actual governo.
Assim, a menos que uma hecatombe política resulte da actual crise internacional que se traduza num refrear do fervor neoliberal a nível mundial e que influencie a política doméstica, não é de esperar que a escola pública e, com ela, os professores, vejam abrandar a ofensiva destruidora, que a legislação laboral não se consolide no sentido da precariedade e da perda de direitos, que os serviços públicos não cedam à privatização e à maximização do lucro, que os grandes grupos económicos não sejam apadrinhados e acarinhados, em detrimento das pequenas e médias empresas, enfim, que uma cultura de fachada e de sucesso aparente recue e dê lugar ao que é autêntico e verdadeiro.
Por isso, é com uma certa esperança utópica que desejo, apesar de tudo, Bom Ano Novo!