quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Sozinho


Nazaré, em Dezembro

Software Livre para Windows

Os utilizadores de Linux estão habituados a ter acesso a uma panóplia de software sem qualquer custo, para além, obviamente, do associado à aquisição do computador. Além disso, quase todos os programas de Linux são de código aberto ("open source") o que significa que qualquer utilizador que perceba de programação pode ter acesso ao código-fonte em questão e modificá-lo, seja para corrigir "bugs", seja para adicionar funcionalidades. Claro que, por razões evidentes, o mesmo não se passa na maioria dos casos em ambiente Windows, já que os programas são pagos. No entanto, há honrosas excepções. Desde já, o projecto OpenDisc oferece software de código aberto, com programas como o "Gimp", para desenho e processamento de fotos, o "FileZilla", um óptimo cliente ftp ou o "Azureus", um cliente BitTorrent. O famoso "Firefox" também lá está, assim como o "Celestia", um simulador astronómico, o "7-Zip", um excelente compressor e descompressor de ficheiros, o "Audacity", um editor áudio, entre outros.
Para quem procura um substituto sem custo ao "Office" da Microsoft tem o não menos famoso "OpenOffice" com uma versão em português que inclui dicionário. Para os que se querem iniciar na programação ou para os já iniciados há uma série de compiladores grátis sob o nome de "gcc", que é a suite de compiladores padrão em Linux. Existem pelo menos dois métodos de instalar o "gcc" em Windows: através do "MinGW", ou através do "Cygwin". Este último é uma versão de Unix que corre em Windows, que permite tirar partido de muitas das potencialidades desse Sistema Operativo, para quem não quer ou não pode prescindir do da Microsoft. No entanto, há que dizer que o "gcc" não possui interface gráfica, o que significa que todas as instruções devem ser dadas numa janela de comandos. Porém, o programa "DevCpp" permite fazer a ponte entre o "gcc" e o ambiente de janelas típico do Windows.
A lista já vai um pouco longa, mas está deveras incompleta. Menciono apenas mais um programa, o "pdfcreator", que permite converter para formato pdf inúmeros tipos de ficheiros.
Vou juntar estes links numa lista, que irá sendo actualizada...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Linux

Existem alternativas sem custo aos sistemas operativos comerciais, em particular os da Microsoft. O Linux é uma das mais populares, existindo em inúmeras versões. Fedora, Ubuntu, Suse, Mandriva, Debian, Knoppix são algumas das distribuições mais comuns e que constituem também o cerne em que se baseiam muitas outras variantes.
O Linux disponibiliza um número infindável de aplicações e programas, virtualmente a custo zero, desenvolvidos por uma imensa comunidade que se baseia na ideia de partilha. Excepto em algumas áreas muito específicas, como o tratamento de imagem e vídeo profissionais, todo o software pago que corre em ambiente Windows tem a versão correspondente para Linux, por vezes com vantagem. Além disso, o Linux exige mais do utilizador, o que força a aprendizagem, tanto do sistema operativo em si, como da arquitectura do pc e dos periféricos.
É possível instalar num computador dois ou mais sistemas operativos em simultâneo, pelo que podemos ter o melhor dos dois mundos. Mais, é ainda possível experimentar o Linux sem proceder a qualquer alteração no disco rígido, visto que a maioria das distribuições possuem versões "Live", que correm a partir de um cd ou dvd. Este método é particularmente útil no caso em que se tem uma máquina nova, já que há sempre um certo atraso da comunidade "opensource" em actualizar o SO relativamente ao equipamento de última geração.
A instalação definitiva do Linux exige a formatação (parcial ou total) do disco rígido, pelo que se aconselha o "backup" de dados, para o caso de algo correr mal.

Música e Jogos de Computador

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Ainda a avaliação: mais uma reflexão de um "outsider"

Têm sido usados inúmeros argumentos para justificar a avaliação dos professores no ensino básico e secundário. Um deles indica o exemplo do ensino superior, onde os professores são sujeitos a avaliações periódicas, seja para renovação de contrato, seja para progressão na carreira. Este exemplo parece-me falacioso, já que que avaliação destes docentes incide essencialmente no trabalho de investigação científica: quantos artigos publicaram e em que revistas, se de referência ou não, qual o número de citações de cada artigo pelos pares, quantas palestras ou seminários efectuaram, etc... Tanto quanto sei, a prestação de provas para progressão na carreira exige também a apresentação pública de um trabalho de investigação original. Só muito lateralmente o trabalho pedagógico como docente contribui para a avaliação. Poderemos argumentar que talvez fosse desejável que tivesse mais peso, mas os factos são estes.
Acontece que, como todos sabemos, os professores do ensino básico e secundário, regra geral, não estão ligados à investigação nas suas áreas curriculares, o que os torna um caso substancialmente diferente dos seus colegas do ensino superior e coloca logo à partida um problema de relevo: o da objectividade da avaliação. Todos nós tivemos bons e maus professores, uns de que gostámos muito e outros que detestámos, pelo que temos uma ideia empírica do que é um bom professor, ou mesmo um excelente professor. Mas será isso quantificável? Será que alguém que é um excelente professor num dado contexto de uma turma que seja ávida de saber e que tenha regras de conduta, não poderá ser um professor mediano ou mesmo incapaz de exercer a sua profissão numa turma com problemas sociais e económicos graves? E deveremos penalizar ou favorecer o avaliado pelo meio em que se insere?
Como quantificar e, portanto avaliar com total objectividade, muito mais do que o nível dos conhecimentos científicos, sem entrar em juízos de valor sobre a personalidade de cada um? E é através de 2 ou 3 aulas assistidas que se irá decidir sobre o trabalho de anos e perceber se um dado professor é excelente? Não será um excelente professor alguém que domina solidamente os conteúdos científicos, tem capacidade de os transmitir e cativa os alunos através dessa solidez, quando tal é possível? E não será também um excelente professor alguém que, com menos solidez científica, consegue ainda assim aproximar-se e interagir com os alunos mais difíceis, "agarrando-os"?
É por isso que, do meu ponto de vista, a avaliação dos professores do ensino básico e secundário deve possuir uma natureza muito mais informal que a dos colegas do ensino superior. Uma avaliação de índole essencialmente formativa, que detecte falhas e ajude a corrigi-las, com a excepção de momentos periódicos de formação para efeitos de actualização científica e pedagógica.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Porquê a Avaliação de Professores?

A avaliação de professores, nos moldes sem que é proposta pelo Ministério da Educação, tem sido apresentada pelo poder político vigente como absolutamente indispensável para a melhoria do sistema educativo. Pretende, segundo dizem, premiar os melhores e punir os medíocres. Do meu ponto de vista trata-se de uma fraude. O sucesso dos professores e de um sistema educativo avalia-se pelo grau de literacia de um povo, pelo seu nível cultural, pelos seus conhecimentos científicos e tecnológicos. Avalia-se pela capacidade das pessoas se adaptarem a novas situações e aprenderem novas ferramentas, pelo número de leitores de jornais, livros e revistas, pelo consumo de actividades culturais, pelos hábitos cívicos.
Há inúmeros factores que condicionam o sucesso de um sistema educativo. Talvez o mais fundamental seja a formação de professores, muito mais importante do que construir um modelo mais ou menos sofisticado, mais ou menos burocrático, de avaliação. Antes de avaliar, há que garantir que o avaliado teve a oportunidade de aprender bem. E. aí, há muito por fazer. Nas ciências exactas, que conheço melhor, a formação científica nas vias educacionais é pobre, sendo dada prioridade às áreas das ciências da educação e pedagogia. Assim, os professores são destros na forma, mas parcos nos conteúdos. E que dizer da formação contínua? O anterior modelo de avaliação tinha a virtude de exigir a frequência com aproveitamento de acções de formação, que permitiam, de certo modo, a reciclagem. Por que motivo não se procurou aperfeiçoar e credibilizar esse método?
Outro factor essencial é a motivação e o estatuto social dos professores. Neste aspecto, este Ministério e este governo deram um rude golpe na honorabilidade e no ânimo da classe docente. Directa ou indirectamente, dito de forma explícita ou insinuado, foi-se criando na opinião pública a ideia de que os professores eram privilegiados, preguiçosos e corporativistas, defendidos por sindicatos que tinham tanto de poderosos como de conservadores e imobilistas. O que se conseguiu? Criar "apenas" enormes sentimentos de revolta e injustiça, traduzidos nas duas maiores manifestações de que há memória e, também, na maior greve de sempre.
Um terceiro factor de grande relevância prende-se com as condições de trabalho no terreno. O número de alunos por turma, as condições físicas das instalações escolares, a quantidade e a qualidade do material didáctico (e a formação para o manusear), o número dos funcionários de acção educativa, a existência ou não de psicólogo/a e de professores/as do ensino especial, a qualidade das bibliotecas, os recursos informáticos... Quem, de boa fé, poderá dizer que tudo está feito nesses aspectos, nas nossas escolas?
O governo decidiu tomar o caminho repressivo, escolhendo uma avaliação estreita e punitiva. Preferiu ver os professores como empregados "malandros" em vez de parceiros de corpo e alma. O custo desta visão deformada será suportado por todos nós.

Robert Fripp