terça-feira, 25 de março de 2008

Aqui fica um comentário que deixei no blogue arrastão a propósito deste "post" de Daniel Oliveira:

Do meu ponto de vista, a questão educação/ensino é, em larga escala, mais uma questão de semântica do que algo de substancial. Isto porque um jovem que seja mais culto em ciência, artes, línguas, história, desporto, é alguém que terá mais espírito crítico, que terá assimilado regras de convivência e respeito pelos outros, que terá aprendido a trabalhar em equipa, que será mais informado e terá consciência das consequências das suas acções, enfim, que será mais responsável. Daí a importância do ensino generalista, tantas vezes posto em causa com o argumento de que “nem todos têm que ser doutores”, que, tendo alguma verdade, aponta para um ensino demasiado especializado e também demasiado virado para o concreto, com os riscos inerentes.
O problema é, então, como fazer com que as aulas funcionem de modo a permitir que esse saber seja transmitido. Só reforçando a autoridade do Professor, que é exactamente o contrário do que tem sido feito ao longo destes anos e, em particular, no mandato de Maria de Lourdes Rodrigues. A autoridade perante os alunos impõe-se. É claro que também se conquista, mas isso é partindo do pressuposto que o outro lado está de boa fé. Ora, é precisamente o que não acontece em muitos casos. Há claramente por parte de muitos alunos, e eu experimentei isso em muitas situações, uma tentativa de boicotar sistematicamente o trabalho dentro da sala de aula. Por vezes, essa tentativa é generalizada à turma toda. Há também a tentativa de “aniquilação” do professor, através de jogos armadilhados, como se o mundo ideal, para esses alunos, fosse um mundo caótico, sem valores nem regras. É, como já vi escrito algures, uma nova forma de fascismo, aquela com que muitos professores são hoje confrontados. E para lutar contra esse fascismo é necessário cerrar fileiras, a todos os níveis: turma, escola, ministério, comunicação social… o que está muito longe de acontecer.

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