Aqui fica um comentário que deixei neste "post" do blogue "A Educação do Meu Umbigo"
A questão do ensino da electrónica em CFQ, no 8º ano do básico, revela bem o desacerto habitual do ME com a realidade nas escolas. Sendo eu formado em Física e tendo alguns conhecimentos em circuitos electrónicos, não me foi difícil adaptar à reforma curricular de então, no que diz respeito aos conteúdos teóricos. O mesmo não se pode dizer dos colegas formados em Química, a maioria dos Profs de CFQ do 3º ciclo. Passou-se algo semelhante com a introdução da Astronomia nos currículos. No reverso, estava a componente laboratorial de Química, tendo eu procurado inúmeras vezes acções de formação na área, sem sucesso. O problema é que a reforma não foi acompanhada de formação massiva para actualização científica dos docentes.
Por outro lado, as escolas não possuiam os componentes electrónicos necessários para a realização dos tais circuitos previstos no programa, como os alarmes ou termostatos, nem foram previstas verbas para os adquirir, o que inviabilizava logo à partida a componente prática exigida, fundamental para o sucesso da aprendizagem e para o cumprimento das directrizes programáticas.
Em suma, fez-se uma reforma no papel, burocrática, ignorando-se as condições no terreno, como se algo se tornasse real só por estar escrito num decreto.
Sociedade Civil
Há 1 dia
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